quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Something

You're asking me, will my love grow?
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know


Até você me fazer sentir ser poesia, eu não pensei em querer ser música dos Beatles!


Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover


É exatamente isso. O sorriso que você deu quando percebeu que eu te admirava.

Você sentada no sofá enquanto eu fumava no chão da varanda. 
Essa cena vai comigo pro resto da vida.

"Ela não faz ideia da beleza que tem. Ela sentada nesse sofá e absolutamente nada me passa pela cabeça. A minha visão domina todos os outros sentidos. Se ela está, de fato, falando qualquer coisa, eu não sei". 

Eu só conseguia tragar o cigarro e olhar pra ela. 
Sentada no sofá da sala, com as pernas dobradas, mexendo nos dedos das mãos. 
E eu só conseguia olhar pra ela e falar 'você é linda' e 'eu sou completamente apaixonada por você'.
E o sorriso dela... George Harrison sabia do que tava falando, deve ter visto um igual quando escreveu Something
De todos os nossos momentos, esse é único pra mim porque não gravei um 'nós'. Gravei um 'você'. Short rosa, blusa branca de mangas compridas, cabelo solto, pés descalços, o som da sua voz... E eu tirei uma foto sua desse dia. Não que eu precisasse dela, mas tirei porque você precisava ver como você estava linda. 

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me







sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A cunhada - por Dimitri Fonseca

"Eu estava com meu irmão ao telefone. Ele estava me contando sobre sua nova namorada e como queria que eu a conhecesse. O cara tava louco pela menina.
Ele falava do jeito como eles se conheceram, de como era o sorriso dela, do jeito como ela falava, de suas manias e de seus defeitos como se fosse a coisa mais linda do mundo.
Por vezes eu ria dele e de como ele estava totalmente entregue ao amor dela e sentia no fundo uma pontada de inveja dele, por nunca ter conhecido esse sentimento que ele estava, agora, tão familiarizado.

Uma semana depois nos encontramos.
Ele veio passar o final de semana com ela aqui em casa, para que pudessemos nos conhecer. Ele estava radiante de felicidade.
Quando eu, finalmente, abri a porta, os meus olhos e os dela se encontraram e não se desgrudaram mais. Foi como um ataque fulminate.

A voz dela era como uma faca que me rasgava por dentro.
O meu irmão estava certo. Ela era tudo o que ele falara e um pouco mais...
A alma dela era transparente pra mim. eu sabia que ela estava na mesma sintonia que eu. Ela estava tão perturbada quanto eu. Só o meu irmão não via isso!

Sábado a noite, estávamos bebendo vinho, conversando, contando casos.. Ela estava sentada ao lado dele, de frente pra mim.
Toda vez que ela sorria, eu tinha vontade de sair da sala de forma quase incontrolável.
Ela sabia o que estava fazendo comigo, e eu sabia que ela não estava confortável.
Era algo que a gente não podia evitar.

Por onde ela andava que eu não a conheci antes?
Me crucificava toda vez que esse pensamento vinha a minha mente. Era da mulher do meu irmão que eu estava pensando.

Meu irmão estava bem cansado da viagem e resolveu ir deitar no quarto de hóspedes. Ela o incentivou a ficar, dizendo que a garrafa de vinho ainda estava pela metade, mas ele não cedeu!
Foi deitar e nos deixou na sala. Eu ainda pensei em ir deitar também, só pra não ceder à tentação, mas não resisti.
Pensei que não iria me perdoar por perder o olhar dela, nem que fosse por umas horas.

Ficamos algumas horas sem falar uma palavra. Só ficamos numa troca de olhares perturbadora. Não conseguiamos desviar o olhar um do outro nem por meio segundo. Era como se nós não precisassemos de palavras. Estava dito no olhar o ambos queriam no momento.

Nos desejavamos. Isso era um fato! Não podia ser feito nada. Isso era outro fato!
Eu, o tempo todo , com a idéia de que era a minha cunhada, era a mulher que o meu irmão estava apaixonado.
Eu não estava apaixonado, nem ela. Estavamos escravos de um desejo indescritível.
A garrafa de vinho acabou.
Num impulso, peguei outra. E sempre sentindo os olhos dela em mim.
Quando me virei, ela estava em pé, atrás de mim. não foi bem uma surpresa!

Coloquei a garrafa na mesa da sala.
Nos beijamos tão intensamente. Minha mão estava sobre o rosto dela. Estava sentindo cada músculo do rosto dela se movimentar.
Sentia cada respiração ofegante que saia dela. Era como se estivessemos sufocados, buscando qualquer filete de ar.

Comecei a tirar sua roupa, e fui levando-a pra cozinha.
A tensão em suas costas era evidente. Nas minhas também!
Nunca tinha sentido algo parecido. A química era clara. Era um encaixe perfeito.

Quando a penetrei, a senti tão quente, tensa, tão úmida que não consegui ficar calmo.
Cada gemido dela era um estímulo a mais.
Quando senti suas lágrimas rolarem dos seus olhos, me senti tão mais excitado que não consegui controlar minha força.

A levantei na parede da cozinha, e a devorei ali mesmo, sem mais preocupações.
Era um choro de culpa, de remorso.
E era impressionante como aquilo me excitava!
Minha pele esquentava perto da dela.
Nossos músculos relaxaram ao mesmo tempo.
Entramos num orgasmo mútuo.

A culpa era, para ambos, algo que iria nos corroer pro resto da vida.
Nos olhamos, e sabiamos que nada seria dito no dia seguinte. Seria como se nada tivesse acontecido.

Colocamos nossa roupa, voltamos pra sala
Ela decidiu ir para o quarto com o meu irmão. o descontrole dela estava me incomodando bastante e até achei melhor que ela se retirasse.
Se ela ficasse mais um minuto ao meu lado, a culpa ia me consumir da mesma maneira que estava consumindo a ela. E, definitivamente, não era isso que eu queria! A minha culpa já estava bem grande dentro de mim, não precisava dela para aumentá-la.

Peguei a garrafa de vinho em cima da mesa, abri-a, enchi a taça, ascendi um cigarro e fui pra varanda.

É... o meu irmão tirou a sorte grande...
Estar com essa mulher todos os dias, na cama com ela, com aquele sorriso e aquele olhar..."



Dimitri Fonseca

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ano Novo

Foi no final do primeiro dia do ano que eu pensei pela primeira vez em você, esse ano.
Estava frio mas mesmo assim, não coloquei o casaco, ascendi um cigarro, abri uma cerveja e fui pra janela.
Nesse momento, eu juro, eu me perguntei se esse ano que passou teria sido menos um ou mais um ano da minha vida.
Menos um, porque foi um ano de esperas sem fim. Meu Deus! Quase morri de tédio esperando você surgir do nada. Tanta coisa que eu queria te contar ou te fazer viver comigo!
Mais um, afinal, é mais um tempo que me foi dado pra de repente encontrar com você.
Eu estava gostando do frio no rosto, me perguntando como teria sido a sua virada de ano.
A minha?
A minha virada de ano, foi linda, com muita risada, com amigos que eu adoro, e você iria adorar também.

Foi devastadora! eu abracei a todos, mas me dei conta que, o que eu estava mesmo procurando, eram os seus braços, a sua voz, os seus olhos!
Isso me tomou alguns segundos até que a realidade atingisse a minha cabeça como um taco de madeira!

Na janela, decidi não pensar mais nisso, e foi o que eu fiz até começar a topar sair pra qualquer lugar, não importando qual fosse.
E, agora, mais uma vez, minha cabeça, meu pensamento, seja lá o faz eu ser eu mesma, criou um buraco negro que só eu pude sentir. Tudo dentro de mim, foi sugado.

O que eu tava pensando?
Que, vou encontrar você de repente?

Não dá pra sair te procurando feito louca, indo pra lugares que eu não conheço, ou não frequentaria, só porque você pode estar por lá.
Isso é obsessão, insanidade..




A dor e o vazio são os mesmos e o ano novo, é só mais uma expressão feliz.

p.s.- pelo amor de deus! faz a dor ser menor, acelera o tempo. me faz parar de imaginar em como seria se fosse...




domingo, 12 de dezembro de 2010

[ ... ]

"E Swann percebeu, imóvel diante daquela felicidade revivida, um infeliz que lhe causou piedade porque não o reconheceu de imediato, embora devesse baixar os olhos para que não vissem que estavam cheios de lágrimas. Era ele próprio"

( Um amor de Swann - Proust )

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Galhos

Todos os dias ela ia a janela, pelo menos três vezes por dia.

Acendia um cigarro, uma xícara de café, e olhava para o mesmo galho da árvore que ficava perto da sua janela.

Era sempre o mesmo galho: seco, sem nenhuma folhagem, o único sem nenhuma folhagem.

Enquanto ela via todos os outros, ao longo de tanto tempo, com suas folhas crescendo e novos galhos verdes, aquele permanecia seco, sem nenhuma folhagem nova.

Ela se perguntava sempre, porque tinha que ser assim. Por que esse galho tinha que esperar mais tempo que os outros, se o sistema em si estava funcionando?

Essa, às vezes, era a pergunta que fazia a si mesma.. Por que ela tinha que esperar tanto tempo?

Mas, assim como o galho, que estava preso na árvore, esperando por folhas novas, estava ela, presa a uma lembraça que nunca existiu, e que ela tinha que esperar chegar.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Susto

Era um domingo morto, como qualquer outro.
A diferença era a chuva torrencial que estava caindo do lado de fora do meu apartamento.
Eu estava lendo, o que eu faço com frequência, quando, do nada, a minha campanhia tocou.
A princípio, achei que fosse uma vizinha pedindo qualquer coisa que ela não pudesse sair pra comprar por causa da chuva, e que provavelmente eu não teria, já que , como moro sozinha, minha geladeira só tem o essencial pra eu que não morra de fome.
Quando eu abri a porta, eu tomei um susto!
Não nos vímos há tempos. Uns dois anos, eu diria (desde que terminamos).
Tomei um susto porque não fazia idéia de como ele havia subido se eu não tinha autorizado, nem atendio o interfone. Provavelmente, tinha subido com algum vizinho.
Ele estava completamente molhado por causa da chuva. Confesso que senti um pouco de pena, mas não muita.
A aparência de cansaço era evidente no seu rosto.
A minha primeira reação foi:
- O que você tá fazendo aqui? Como você subiu??

- A gente precisa conversar, e precisa ser agora!
E foi entrando no meu apartamento, com a mesma intimidade que ele fazia antes de nos destruírmos.
Entrou na cozinha, colocou o casaco em cima da mesa, abriu a geladeira e pegou a garrafa de água como se fosse o dono do meu espaço!

- O que te faz pensar que você pode entrar na minha casa e agir como se fosse íntimo? Como se nada tivesse acontecido!? O que você tá fazendo aqui?

Alterando a voz gradualmente, me metralhou com as palavras:
- Eu é que te pergunto? Você virou meu pesadelo esse tempo todo. Não tem uma merda de noite que você não esteja presente! Que inferno! Sempre tem um filho da puta que faz ou fala alguma coisa que você gosta, ou que você não gosta! Sempre aparece alguém com o seu nome numa mesa de bar, ou é a nova amiga de um conhecido meu! Porra! E tem noites seguidas que eu tenho sonhos com você! Nem dormindo você some da minha vida!

-Você tá louco!! Foi você que abriu a porta e foi embora! Você tinha que ser o primeiro a virar a página, já que foi você quem pulou do barco! Logo, você não tinha nem que lembrar do que eu falei ou deixei de falar, nem ficar lembrando do que eu gosto, e se eu estivesse no seu lugar, eu já teria esquecido até o meu nome! Mas que saber? To com vontade de rir da sua cara! To gostando de saber que você anda sonhando comigo! Na verdade, você sabe que quem não me tira da sua cabeça é você mesmo!

O silêncio se fez na cozinha. Ele, com raiva, deu um soco na parade (o que me deu mais vontade ainda de rir; meu deboche não cabe em mim).
Fui até o armário do banheiro e peguei uma toalha pra ele.
Era o mínimo que eu podia ter feito depois d'ele ter inflado o meu ego daquela maneira!

De fato, por mais que eu tivesse passado pelo inferno (três vezes) depois do que virou a minha vida sem ele, eu não ia admitir. Não pelo menos até a noite ter o desfecho que eu estava esperando!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Give into me

I'm falling down on you, where are you from
What else can I do, you're so beautiful how can I go on
If I loose it all, would you go down on me
I don't even know, the things you want me to see
Waiting for you
Thinking of you
Give into me, I'll make you blue
I wanna know if you feel the same
You’re mine, I'm ridin high like an aero plane
I wanna give you what you need,
But I don't dare to ask
I got no self-esteem, I don't blame my past
Waiting for you
Thinking of you
Give into me, I'll make you blue
I wanna know if you feel the same
You’re mine, I'm ridin high like an aero plane